15 de setembro de 2008

#2 - Mu, o continente perdido



Mu e a Atlântida (ou Atlântis), são os exemplos mais conhecidos de civilizações/continentes/ilhas de carácter lendário, mítico ou, quem sabe, talvez real que teriam sido desaparecidas num passado muito remoto como consequência dum acontecimento catastrófico que as teria submergido sob as águas dos oceanos. Se reparamos nas tradições de muitas das civilizações mais antigas, aginha nos havemos decatar do habitual que resultam estas histórias de cataclismos, dilúvios e cidades desaparecidas que servem em muitos casos como mito de fundação ou como lição do que os deuses podem fazer no caso de existir uma relaxação na moral e os costumes.

Precisamente o mistério que envolve a todas estas histórias fixo que estas pervivissem fortemente no imaginário popular colectivo e que alimentassem a imaginação de sucessivas gerações em novas histórias que recolhiam elementos das antigas. São incontáveis os relatos novelescos, filmes, videojogos, etc. que fazem referência á Atlântida ou a algum outro dos mitos dos que falamos. Mas também o mundo da ciência se interessou por estas histórias. Foram muitos os especialistas que quixeram ver detrás destas lendas uma existência histórica real ou, quando menos, interpreta-nas como o reflexo duns feitos reais transfigurados, dirigindo as suas perguntas em torno à sua existência, as suas características, localização e causas da desaparição destes lugares. Desta maneira, as interpretações existentes são muito variadas, indo desde as teses mais sérias dum ponto de vista científico (maremoto, fim da era glacial, identificação com Tartessos, etc.) até aquelas com uma intervenção sobrenatural ou extraterrestre (alguns falam duma civilização altamente avançada tecnologicamente em contacto com extraterrestres).

Certamente resulta difícil não sentir-se atraído por temas coma estes, tanto na vertente digamos «literária» como na científica, e é a razão de dedicarmos estas linhas a uma introdução ao tema recomendando a leitura de de Hugo Pratt. Esta obra, especialmente recomendável para os amantes das histórias de aventuras e/ou da banda desenhada, supõe a última das histórias nas que o autor italiano utiliza como protagonista ao Corto Maltese quem, em companhia doutros dos seus amigos, viaja até as águas do Caribe na procura do mito. Destaca o grande labor de documentação desenvolvido por Pratt que alude ao longo da obra ao Timeo de Platão, às lendas mesoamericanas sobre a cidade de Atzlán (que algúns identificaram com a Atlântida) ou a muitas das teorias sobre estas civilizações perdidas. Também é destacável como a modo de introdução se incluem uma série de textos de vários autores (além do próprio Pratt, de Augusto Bruno, Pietro "Pit" Piccinelli, Eddy Devolder e Gianluigi Gasparini) nos quais se tratam diversos temas: as teorias de Churchward sobre Mu, os contactos transoceânicos antes de Cristóvão Colombo (romanos, celtas, irlandeses, vikingos, Niccolo Zeno, Templários, o Fusang dos chineses), ou os códices americanos troaniano e borgia (dos quais se reproduzem algumas tabelas).

Por suposto, além do pouso histórico e «atlantista», esta BD oferece uma história de grande força, na que sonho e realidade são confundidos em muitas ocasiões («...e recorda que a saída está nos sonhos!»), e que sem dúvida entusiasmará àquelas pessoas amantes dos mistérios, as lendas e as civilizações antigas. Tudo isto com a sinatura do considerado pola crítica como um dos grandes da BD.

4 comentários:

Francisco Castelo Branco disse...

Ola! Vi o teu blogue e gostei bastante. Tem muito conteudo e bastante interesse......
Tenho um blogue . É www.olhardireito.blogspot.com ..... Gostava que o visitasse e desse uma opinião....
Temos uma rubrica de história que vai iniciar-se amanha! Se quiser acompanhar e gostar do tema nao perca!
Obrigado pela atençao

Cumprimentos

chicotilo disse...

Os blogues são como os cus. Toda a gente tem um. Parabéns e bemvindo ao onanismo cibernético.

Sapo Concho disse...

Obrigado.
Pois sim, palhas mentais...

chicotilo disse...

Mas há que dar-lhe vida eh???